terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Caminho Sagrado da Floresta

O GRANDE MARACÁ

“Uma mudança na estrutura ou, troca de semente no interior do Maracá, muda toda a estrutura do cosmo. "

Caminhamos na floresta orientados a colher as sementes que estão pelo caminho, seguimos assim até chegar a grande cabana indígena. No centro da cabana uma coluna de mais ou menos um metro e meio. Em cima dela, um fruto de Coité representa o globo terrestre. A estrutura lembra um grande *Maracá. Do lado do sol poente, jorra uma vertente de águas limpas em um altar construído com nove meias cuias e uma representação do Sol em seu cume. As águas transbordam produzindo um relaxante som de chuva.

Ao ritmo do maracá, o guia canta e dança evocando as forças da natureza. Uma nativa personificando a mãe natureza entra na cabana e retira a parte superior do globo terrestre, revelando a salada de frutas adocicada com mel de abelha em seu interior que é servida nas cuias dos caminhantes.
Em seguida, somos orientados a encontrar entre as meias cuias que rodeiam o altar, uma meia cuia que se encaixe a cuia recebida no inicio da caminhada e, depositamos nelas as sementes colhidas durante a caminhada.

* Neste rito, as sementes representam os sentimentos humanos e, sob a orientação do guia, selecionamos as que representam os sentimentos que, do nosso ponto de vista são benéficos para interagir com o proximo e as depositamos na cuia que retiramos do altar. As sementes restantes, são levadas e jogadas nas águas corrente. O guia entrega ligas de látex coloridas para que cada um unam as meias cuias e construa os maracás de bons sentimentos individuais do grupo. *Esses maracás passam a marcar o ritmo durante toda caminhada representando o espirito irmanante que deve estar presente durante toda caminhada.


*MARACÁ - É um instrumento musical ritualístico indígena, utilizado por pajés e xamãs. Os ayahuasqueiros amazônicos utilizam para marcar o ritmo dos hinários nos trabalhos espirituais. Até o inicio do terceiro milênio, os ayahuasqueiros construíam MARACÁS com latas produzidas por industria de laticínios na parte superior.

No período do milênio das águas, no lendários leito do Rio Branco, os Maracás são construído com o fruto de cabaça seca, composto com variadas sementes.

Maracá é um instrumento utilizados em todos lugares do mundo. Os formatos e nomes desse instrumento variam conforme os lugares, etnias etc.

Uma das traduções para a palavra MARACÁ, é de origem indígena e vem do estado de Recife, e quer dizer: "a pedra que fala".
Nas narrativas lendológicas, o FABULENDÁRIO Rei de MARACÁ, da lendária aldeia dos contadores de historias da floresta, o grande anfitrião dos “LENDÁRIOS NATIVOS FESTEIROS", utiliza o Maracá para repassar conhecimentos e saberes ancestrais. Existe alguns argumentos lendológico de fundamentação e sustentação das origens e autenticidade do nobre e imemorial nativo lendário maracazeiro que apresento em seguida:


O br />O NATIVO LENDÁRIO FESTEIRO O jovem chegou na beira do barranco do igarapé, pede licença a mãe das águas e mergulha. Ao emergi é surpreendido com o som de algo caindo na parte de cima do barranco. Curioso, o jovem vai verificar a origem do som e ver um fruto de cabaça seca presa entre as ramas que cobriam a encosta. Sube o barranco e pega o fruto caindo. Mas, seus pés molhados escorregaram e ele desceu segurando o fruto e consegue para na beira do igarapé, tentando se equilibrar para não cair nas águas com a cabaça na mão. Nesse momento ele emitiu sons característicos de quem busca o equilíbrio (ô,ô,ô,o,o,o...) balançando os braços, o que faz com que as sementes se soltem dentro da cabaça e entrem em atrito com a casca dura do fruto, produzir vibrações sonoras típicas dos Maracá. Ele evita a queda, mas o som produzido pelas sementes chama sua atenção e, ao perceber o que acabara de fazer, sorrir. Instintivamente repete os movimentos, balançando o corpo e movimentando os braços produzindo sons com a boca e marcando o ritmo com as sementes na cabaça. Fascinado com a brincadeira, entra em transe, variando movimentos e sonoridades orais, só parando quando estava exausto. Deita na beira do igarapé para descansar e depois, feliz da vida, voltou para aldeia. Na aldeia, chama as criança e repete a brincadeira. As crianças ficam encantadas, e, rapidamente correm para floresta e colhem frutos de cabaça secas. O terreiro fica repleto de criança gritando, dançando e agitando os maracás. A movimentação chama a atenção dos nativos. Os mais jovens são os primeiros a se aproximarem. Eles não resiste a brincadeira e entram na dança, cantado ao ritmo dos maracás das crianças. Foi sem duvida um dos dias mais felizes da aldeia e ficou marcado para sempre na memória dos nativos. No dia seguinte, logo cedo, todos já estavam no centro da aldeia agradecendo ao grande espirito do igarapé pelo presente que enviara a aldeia através do jovem nativo, e repetiram tudo novamente até chegar o anoitecer. A parti daí, todos os dias eles reservam uma hora para brincar com os maracás. Com o passar do tempo, são criando novos instrumentos, novas formas de cantar e dançar. Isso chama a atenção das outras aldeias, e não demora para que a brincadeira passe a fazer parte do cotidiano delas, e assim, se espalhou pelo mundo. A musica, o canto e a dança foram sendo incorporadas a cultura de todos nativos ao redor do planeta. ” * Essa lenda acima, narra a origem da musica instrumental, do canto e dança, e mesmo tempo, dar vida a figura lendária do Maracazeiro. Dentro do lendologismo, isso é caracterizado como Autenticador de um Lendário ser Florestano