segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Realismo Lendológico - Parte II

O CAMINHO SAGRADO DA ERA DAS ÁGUAS DOCES

“O caminho das águas é um instante cósmico estruturado pelos nossos imemoriais antepassados. A prova disso estão nos sinais encontrados em seu percusso”.

Ao adentrar o caminho recebemos trajes brancos, ornamentados com motivos regionais. Os auxiliares explicam que a troca de vestimenta no caminho, simbolizava a transformação harmônica do ser; o despertar da força transformadora dos humanos peixe botos do leito do Rio Branco; da consciência de que temos a capacidade de mudar de realidade; de desprender-se de costumes e culturas equivocadas, de adaptar-se a coisas novas, de lidar com o desapego materiais sem sofrer desconfortos internos.

Esse rito leva os caminhantes a uma breve revisão dos psico-valores incutido pela filosofia de mercado, meditando sobre a importância que damos as coisas que possuímos e sobre as coisas que desejamos ter. Nesse pontos somos orientados a buscar dentro de nós, possíveis razões para desejar e não desejar, ter as coisas que desejamos.

Cada caminhante recebe um cajado feito de cipó, semelhante a uma serpente, que tem na extremidade superior um fruto de cabaça que lembra a cabeça de um peixe boto e, ao mesmo tempo, um maracá indígena com um longo cabo tendo pequenas cuias amarradas em sua extensão. Seguimos para o portal que dar acesso ao caminho sagrado das águas doces, conhecido como o portal do fogo.

* Dentro do caminho as cuias têm diversos significados, entre eles, o de pedido de auxilio, de ajuda.
* A cuia representa a essência da visão lendológica, no sentido em que o palpável condensado e o impalpável vibrante, o denso e o sensível de um todo pode ser alcançado em um único instante. A meia bola visível e a invisível são vista como complementos, dando sentido uma a outra.

* Algumas vezes a cuia é associada a retina da iris ocular, e nesse caso o olho é visto como o ser sendo afogado, banhado pela água do rio das visões, e o corpo como elemento intermediador do imaginante dentro desse campo visionário.

Os nossos imemoriais ancestrais utilizavam as cuias com água para ouvir a voz do espírito que sopra na floresta. Eles costumavam deixar as cuias com água debaixo das arvores no meio da floresta. E no outro dia iam verificar o que elas continham. Os pequenos insetos, penas e folhas que caiam dentro das águas eram traduzidos como informações, mensagens trazidas pelo da espírito da natureza. Essas leituras ou decodificações eram feitas com ajuda do “SELO SOLAR”, uma especie de decodificador matemático, que é a bases de desenvolvimento dos mais profundos fundamentos lendologicos, e servia como orientador das traduções dos posicionamentos e significado dos elementos contidos na água das cuias.


O PORTAL DO FOGO

O portal do fogo é uma pequena entrada com dois guardiões e duas opções a serem seguidas. Cada guardião segura uma cuia de Coité grande contendo água.
No chão da entrada, uma tigela de colher látex contendo fogo sinaliza o meio do portal. Os caminhantes se aproximam da tigela e o guardião do lado direito, levanta a cuia e pedem para que todos peguem as pequenas cuias penduradas no cajados e a segure em frente ao corpo.
Eles as enche e dá incio ao ritual do beber água:

O guardião leva a cuia até a boca, e todos repetem o gesto, ele bebe o primeiro gole e diz:

Bebam! Esse primeiro gole, é para lembrar que para o ser humano existir, é preciso que exista água.

Bebam! O segundo gole, é para lembrar que somos sementes, e para crescer, germinar e dar bons frutos precisamos ser aguados diariamente.

Bebam! O terceiro gole, é para lembrar, que para a vida continuar existindo em nosso planeta, é preciso que continue existindo água. Água boa, água limpa, água viva.

Em seguida todos são convidado a sentar e ouvir a narrativa da fabulendária LÁGRIMA CÓSMICA:






“No começo dos tempos, existia uma batalha épica que parecia não ter fim. O frio e calor não se entendiam, e a mãe natureza fazia de tudo para pacificá-los. Até que um dia, ela já bastante cansada, sentou-se num canto e pensou: “só um milagre para resolver essa situação”. E uma tristeza imensa a envolveu. E desolada ela baixou a cabeça e do seu olho direito germinou uma gotinha que rolou pelo rosto e foi cair entre as duas criaturas que a seculos se digladiavam.

Ao ver aquilo a mãe natureza pensou: - “Coitada dessa frágil criaturinha, vai ser massacrada."

O calor com sua luz abrasadora, aproximou-se da gotinha. Mas a gotinha dividiu a luz em varias cores. O calor chegou mais perto. A gotinha reagiu evaporou e afastou-se dele, indo em direção ao frio. Em quanto seguia ia juntando suas partes dilatadas pelo calor, até voltar ao seu estagio original, voltando a ser novamente uma poção líquida. Mas ao se aproxima do frio, o frio tentou envolve-la com sua frieza. A gotinha reagiu ao frio ficando mais densa. O frio aproximou-se e a gotinha não teve outra opção a não ser, solidificou-se e assim escapar do frio e seguir novamente em direção ao calor. O calor abrasador foi descongelando ela que, novamente a trouxe ao estagio liquido que em seguida evaporou e retornou em direção ao frio, e tudo se repetiu, e assim, gotinha ficou, indo pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, sem se deixar capturar por nenhuma das duas forças.
Ao ver aquela cena, pela primeira vez a mãe natureza esboçou um sorriso, que gerou lindas formas sorridentes que foram se juntar a gotinha, e para alegria da mãe natureza, a gotinha que parecia tão frágil, demonstrou ser forte e resistente, capaz de sobreviver aos ataques do frio e do calor.
Esse vai e vem da gotinha entre eles, ajudou o frio perceber que existia algo além do frio e o calor, que existia algo além do calor. A gotinha tornou-se uma mensageira e, com o passar do tempo, frio e calor foram se entendendo e acalmando-se, começaram a aprenderam a conviver com suas diferenças. A Mãe Natureza nunca mais sentiu tristeza e batizou a gotinha com o nome de planeta Terra. Desde esse dia não parou mais de sorri, e seu sorriso foi gerando novas criaturas para se juntar a gotinha. E a gotinha até hoje dança feliz, girando pelo espaço entre o calor e o frio. Entre os presentes sorridente que a gotinha recebeu, estava um muito especial, ao qual deu o nome de ser humano, esse ser veio com a missão de manter a gotinha sempre bem cuidada e limpinha para que nunca morra. E em troca, a gotinha cede parte do seu corpo para que ser humano solva e sobreviva e multiplique-se sobre a sua face. Muitas eras se passaram desde o lendário acontecimento, nesse meio tempo, alguns humanos esqueceram a missão que lhes foi dada pela mãe natureza, que continua sorrindo e gerando novos presentes com sua alegria. Mas felizmente boa parte dos humanos ainda têm consciência desta missão divina, e reconhecem a gotinha como uma dádiva preciosa, um símbolo da vida em paz, gerando a harmonia no universo. Esses humanos se organizam e agem visando o êxito da grande missão que nos foi dada, por isso se reúnem, traçam estratégias e redigem documentos para assegura a proteção e preservação da nossa sagrada gotinha. Entre esses documentos redigido temos um do período de transição do milênio de uma organização que ficou conhecida pela sigla ONU (Organização das Nações Unidas) e o documento foi intitulado: "A Declaração Universal dos Direitos da Água", que tem o seguinte teor:


1 - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.


2 - A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.


3 - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

4 - O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.


5 - A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.


6 - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.


7 - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.


8 - A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.


9 - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.


10 - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

O que refletimos com essa narrativa, é que "As aparências às vezes enganam.” Uma gotinha d'gua pode fazer a diferença: “Um igarapé, um rio, um dilúvio, começa com uma gotinha de água”.

Como pode perceber, essa narrativa fecha com uma variação de um dito popular conhecido: "As aparências enganam". Essa é uma ação tipica de um autentico lendologo. Existem outras narrativas que utilizam o "Quem vê cara, não vê coração".
Na narrativa transparece o aspecto do ser num estágio liquido, aspecto esse que também é acentuados no ritual da caverna, no "pingo do olho d'gua na mina de ouro" um conto popular bastante conhecido entre os lendologos, mas pouco divulgado no contexto popular. E que está em sintonia com espirito da era de aquário ou era das águas, como queiram

Dentro do lendologismo a narrativa “ Uma Lagrima Cósmica” normalmente é utilizada como instrumento psico-analitico de auto identificação de conflitos interiores, de busca de um ponto de equilíbrio intermediador interno no momento em que o ser detecta opostos psiquicos conflitantes que repercutem desconfortavelmente em ações externas, e a parti daí dá inicio a busca de uma solução. Essa ação de superação dos conflitos internos visando um individual interativo social pacifico, é também conhecida como a terceira e ultima guerra mundial da humanidade.

O frio e calor são traduzidos de diversas formas. Uma das formas mais comum é traduzi-los como bem e mal, nesse tipo de tradução normalmente a mãe natureza aparece como sendo próprio ser humano, a água nesse casos, passa a representar as reflexões que vem por fim a esses e a qualquer outra forma de conflitos, e ai a água ganha as características de um ser iluminado, do ser pacificador sensível, do consolador de aflições. Temos também um outro exemplo de forma como a água pode ser apresentada com essas caracteristicas que está nas entrelinhas da narrativa do Lendário "O Ser Mapinguary". Na a ação do jovem líder que leva bilhas com água da fonte das vertentes para lavar os olhos dos nativos de sua tribo, os curando da cegueira provocada pelo poder dos riscos nas superfícies das folhas. Nesse caso, o aspecto de ser iluminado se revela de forma velada, se dá no momento em que essa água é utilizada como interferidor, neutralizador de uma resultantes inapropriadas que tem origem em acontecimento externo, importado pelos aldeados. Pois no lendário “O Ser Mapinguary” a água resolve algo que parecia está acima da capacidade do jovem líder, restaura a realidade comunitária distorcida pela introdução da cultura dos riscos na superfície das folhas, e nesse aspecto ela se fundi a figura do jovem líder. E quando vemos a água sendo transportada dentro de bilha de cabaça para chegar ate a tribo, ela estar associada a idéia de semente e pode ser vista como um elemento vivo que se desloca de canto para outro, e no caso do lendário, ajudando o nativo a reencontrar o caminho de volta as suas verdadeiras origens, e que está em sintonia com o espirito comandante do período conhecido como era da águas. Mais na frente voce vai encontrar a narrativa do Lendário Ser Mapinguary, e entender melhor os detalhes aqui expostos, ou tira suas próprias conclusões.

A água como um ser frágil poderoso e uma constante dentro do contexto lendológico, é pode ser encontrado como base das narrativas de diversos rituais, entre eles o da caverna do espelho d’gua. Temos alguns fragmentos restaurados que dão pistas de como acontecia esse ritual, vejamos;

“De tempos em tempos, um jovem era escolhido para ir a grande caverna do espelho d’gua... As gerações se sucediam, e os nativos continuavam acreditando que um dia o espirito ancestral da caverna se manifestaria para um dos jovens da tribo”.

Obs. É bom lembrar que são comuns as variações fabulendárias contextualizada nesse espaço simbólico lendologico conhecido como caverna.

Existe uma infinidade de fragmentos aparentemente incompletos com funções especificas, que citam a lendária caverna, como por exemplo, esse que vem a segui:

“...Os anciões resistiam em mandar o jovem líder para caverna, pois achavam que o inveterado sonhador não seria capaz de concentra-se o bastante para ouvir a voz do grande ancestral da caverna. Mas como era tradição, todos os jovens tinha de passar pela experiência. Chegou a vez do jovem líder ser conduzido para passar o seu período sagrado no interior da caverna. Chegando lá, sentou-se do lado direito da entrada, e ficou em silêncio.
Passado algum dias ele volto para aldeia e para surpresa de todos ele contou que tinha ouvindo o ancestral da caverna, todos se juntaram para ouvir o seu relato. Ele contou que no terceiro já estava quase dormindo quando ouviu um estalo, e sua mente fez um clarão, em seguida escutou o seguinte dialogo:
O que pensa que está fazendo criaturinha insignificante? Por um acaso prentendia parti-me ao meio.
Não ! Eu estou aqui para realizar o seu grande desejo. Vim para mudar sua realidade.
Não me faça ri! Voce está sonhando!
Voce não conhece a minha força, não sabe o tamanho que tenho.
A quanto tempo estavas escondida ai encima?
O tempo suficiente para conhecer toda a história a vida na terra, e estou aqui para mudar a sua...
Não me faça morre de ri!
Vou mudar sua realidade.
E como pretende fazer/ Se matando em cima de mim/
Devagar, eu não tenho pressa!
A voz solida soltou outra gostosa gargalhada que ecou por toda caverna.
Pare de sonhar e me deixe em paz criaturinha boba.
E espere e verá.

“água mole em pedra dura, tanto bate até que fura ”


*Os lendologos classificam esse tipo de narrativa acima, como peça de exercícios para desenvolvimentos narrativos complementativos. Ou seja, é um texto aberto a adição de variações de diálogos, detalhes introdutórios, contextuais, conclusivos ou indefinidos.

*Uma coisa sagrada dentro do lendologismo, é a aceitação de toda e quaisquer composição narrativa originada ou que envolva elementos reconhecidos como lendologicos nativos autênticos. Mas podemos dizer que a utilização de um método de classificação ou ordenação de composições lendárias, distorcem a postura primordial lendológica. Mas nem por isso os lendologos deixam de fazer uma espécie de seleção, de escolha de uma linha narrativa (personificação) para manifesta seus argumentos narrativos.

Mas voltando ao caminho. O segundo guardião do portal do fogo levanta a cuia contendo água, e pede para que juntos façamos uma corrente de vibrações positivas para energizar a água contida na cuia. São pronunciadas palavras de exaltação ao espírito harmônico que governa a natureza, agradecimentos à mãe das águas pela gestação do líquido precioso que solvemos. Depoi disso, todos são conduzidos até onde está tigela com fogo, na entrada do portal, para fazermos a passagem simbólica de entrada no caminho.

Um caminhante escolhido pegua uma cuia do seu cajado e fique diante da tigela com fogo. Um auxiliar do guia pega a cuia com água energizada e se aproxima do caminhante. O caminhante estende os braços para frente, fazendo com que a cuia que está em suas mãos fique acima da tigela com fogo. Em seguida inclina a cabeça sobre ela até vê o rosto refletido na superfície da água contida na cuia. O auxiliar faz uma pequena oração, a água energizada é derramada sobre a cabeça do caminhante. A água passa pela cabeça e caia dentro da pequena cuia, que transborda e cai dentro da tigela apagando o fogo. Um por um dos caminhantes repetem o ritual, os guardiões entoam canções de convocação do grande espírito protetor das florestas. Surgi o guia caminho vestido roupa branca, trazendo um maracá amarrado a cintura.
Esvaziamos o restante da água nas cuias, jogado a água para o alto. Os auxiliares canta uma canção intitulada Oceanos Suspensos:

Paisagem a vapores
No céu em movimento
Figuras minerais
Moldadas pelo vento

Ieee, igarapés
Ieee, rios e riachos.

Ouri-ouri, moldadas
Ouri-ouri é do vento o pensamento.
U,u,u,u,u... (musica incidental)

Oceanos suspensos (bis)

Águas de todos os sabores
Orvalhos que molharam flores (bis)
Moldadas pelos ventos
É do vento o pensamento

Surreal em gotículas
Cachos d’gua navegantes
Plumas Belezas liquidas
Gasosas formas mutantes

Repete (2,3)
Que da terra foram ao céu e voltaram ao planeta.
Planeta! (bis) a, a, a, a...


Na primeira parada do caminho encontramos uma nativa em frente a um pequeno casebre. Ela tem nas mãos pequenas bilhas de cabaça contendo suco de frutas naturais que é servido a todos. Bebemos o suco para lembrar que durante a caminhada é preciso está atento para extrai o que a natureza tem de melhor, de mais saboroso, de mais doce.
Seguimos cantando, somos orientados a bater com os cajados no chão, fazendo os maracás vibrarem e assim marcarem o compasso da canção.

* Todos detalhes ritualístico do caminho tem uma gama de significados que aos pouco vão se revelando e introduzindo os caminhantes no espirito que organizou o caminho. Por exemplo; o batismo de água para apaga o fogo na entrada do caminho, está ligada a idéia de renascimento; de começo de uma nova vida; a idéia de apagar algo que consome ou o consumo simbolizado pelo fogo.
Para os Uiaristas o formato do mapa do estado do Acre é a representação do instante em que se dá o incio da a travessia do portal do fogo, é o registro do momento em que água é jogada na cabeça do caminhante. Para eles o mapa do Acre é a visão do caminhante, olhando para a água no momento em que ela sai da cuia do guardião, para batiza-lo. E nesse aspecto o caminho ganha outra dimensão. Entra num plano que pode ser definido como transcendente, jornada universica.

A palavra Batismo começa com a letra “B” e ai ela está associada a idéia de renascer, de
nascer de novo, de nascer para mãe terra através do caminho. É para lembrar que antes
de nascer, vivemos no universo liquido do ventre materno, e assim portanto, somos
peixes. Quando nascemos para o mundo, passamos a ser humano. E nessa nova
realidade passamos a ter uma nova relação, a terra passa a ser o nosso novo grande útero
materno ao contrário, as avessa, e para sobrevivermos dentro desse novo útero,
precisamos ir até a água. No ritual do Batismo, quando mergulhamos nas águas e
emergimos, simbolicamente representa esse renascer para terra; sair do novo ventre
para uma nova vida; é um ato de reconhecimento de que temos a terra como nossa
primeira e segunda grande mãe.

Seguimos para um local conhecido como santuário da GRANDE PORONGA.

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