sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

SOM DAS ESFERAS VEGETAIS

Neste início de ano vou postar alguns textos. Entre eles: "O Som das Esferas Vegetais" e o Rito Festeiro Tribal: OURYÇOM ou OURISSOM.

Quando ouvimos o som de um ouriço de castanheira caindo na floresta, ouvimos na verdade um testemunho denunciando um acontecimento, um encontro (ou encontros de dois ou mais elementos) que repercuti e nos alcança em sua expansão esférica. A captação do som pelo nativo, é um terceiro encontro, normalmente confundido como sendo o primeiro. Nesse ponto, equivocadamente costumamos decifra-lo ou decodificado-lo como sendo um uno sonoro.


No caso do som do ouriço, é a vibração de dois elementos ou duas sonoridade: solo e fruto ou árvore e solo. Sendo que visto pelo prisma do segundo, o som tem um aspecto profético, pois é a futura árvore anunciando sua chegada.

Ouvindo o som de solo e fruto também concluímos que, independente de racionalização, estamos diante de um acontecimento que independe se existimos ou não. O que nos levar a crer que existe algo além de nós; coisas externas acontecendo e que existe algo influenciando e fazendo com que isso aconteça; que existe algo agindo, movendo os elementos e causando o fenômenos que chega até nos em forma vibrante sonora, e que acontece exatamente onde tinha que acontecer .

"O som é um Ômega de uma extensão sonora qualquer, fragmentado. Portanto, é algo com um sentido mais amplo, com uma diversificada variação contextual que o torna possível. Acessando e dominando isso, ficamos de posse do espírito do genuíno revelador apocalíptico."



Na abordagem lendológica, a palavra OURIÇO, tem origem no termo: "Ouro Em Som". Existem variações desse termo que estão ligadas a atos e atitudes comportamentais dos nativos, com significados específicos, que estão inseridos no ritualismo festeiro florestano.

Por exemplo:

ORYÇO! - É o mesmo que o nativo apontando para o fruto da castanheira e confirmando o seu achado e ao mesmo tempo o seu significado tribal, ou seja, "Ouro isso!" “Isso é ouro!”

OURYÇO! - É a palavra pronunciado pelo nativo no tablado sagrado das tribos ao apresenta o fruto colhido para os presentes. É tradução da certeza do encontro do fruto valioso. É o mesmo que dizer: “ aqui está o nosso ouro!" “Este é o nosso ouro!”

OURYÇOM ou OURISSOM - Representa o som primordial; o uno festivo fragmentado, um caminho de significados que pode ser acessado através da forma grafo simbólica que compõem palavra OURYÇOM escrita, da seguinte maneira; a palavra OURYÇOM Inicia com a letra "O" e finaliza com a letra "M", as duas letras juntas formam o monossílabo "OM". Esse monossílabo tem profundos significados para o nativo, e não é por acaso que ele foi absorvido por outras culturas mantendo a essência o significado nativo florestano original. Em culturas como a da Índia, o OM é tido como símbolo do som primordial de onde saiu toda existência.

Por lá o OM é traduzido como o mantra mais sagrado, antigo e poderoso do Universo.
É a essência do todos os mantras.
É o único Som não provocado pela batida de dois elementos, o Som da Energia Primordial, o Som pelo qual o Universo vibra.
O SOM SAGRADO, o SOM DO ABSOLUTO, o VERBO do TODO PODEROSO DEUS INCRIADO-CRIADOR do qual emana toda a criação.
Para eles O mantra OM faz parte da 'Música das Estrelas', o SOM que sustenta a vida do UNIVERSO e manifesta o PODER, a LUZ e o AMOR de DEUS, o Som da Unicidade do Universo.
Há milênios o mantra OM é usado nas práticas espirituais, meditações, curas, iniciações, orações etc.
As três curvas do símbolo OM representam os planos físico, mental e espiritual. O ponto sobre o circulo incompleto do infinito representa a verdade que domina os três planos. (Essa característica geométrica simbólica do OM foi inspirada na visão de uma semente de castanha cortada ao meio).
No Vedas o mantra OM simboliza o infinito e o universo inteiro. No conhecido AUM, O 'A' representa a Criação, o 'U' a Preservação e o 'M' a Dissolução ou Destruição (a Trindade do hinduismo: Brahma, Vishnu e Shiva).
Para eles O mantra OM entoado em voz alta fixa as energias no Plano Físico.
E quando esse mantra é dito internamente coloca as energias nos níveis superiores do Plano Astral, e quando o mantra OM é pensado, ou seja, não cantado internamente, apenas pensado, coloca as energias no Plano Mental.
E quando entoam o mantra OM eles se sente conectando o Eu ao Deus Uno e Sagrado.
Essa linguagem não tem como ser situadas num determinado tempo, assim como costumamos fazer nas abordagens metodológicas racionalista bastante utilizada no inicio do terceiro milênio.

O OURIÇO da castanheira revela um composto bio-engenhoso didático, livresco, onde encontramos registros de uma existência interativa espiritual ancestral ultra-inteligente, que transcende o alcance do racionalismo cientificista, vejamos abordagens dos aspectos que acentuam e justificam essas características singulares que nos levam a outros campos de analises e reflexões:

1 - O OURIÇO na sua parte externa esférica é composta por uma camada lisa, essa estrutura representa o uníssono no seu aspecto esférico primordial harmônico perfeito.

2 - Abaixo desta camada encontramos outra estrutura esférica com pequenas trilhas cavadas, essa camada representa uníssom esférico harmônico transmutando, vibrando. É a camada mais densa do fruto com amêndoas de castanhas, representa o ponto transitório de acesso a outra fase simples e ao mesmo tempo complexa da sapiência que o estruturou como arquivo de conhecimentos e saberes.

3 - O interior oco da segunda camada esférica, representa as vibrações do uníssom gerando espaço e em seguida fragmentando-se ganhando formas de partículas, que são representadas pelas sementes de castanhas; que podem serem vistas como a representação dos planetas, átomos e etc. Ocupando o suposto vazio representado pelo oco esférico do fruto.

4 - As amêndoas brancas também representam a luminosidade celeste, as estrelas das galáxias enclasuradas, condensadas num formato inverso, ou seja, o rio de leite, a via Láctea, manifesto ao contrário, de forma miniaturizada, a energia que alimenta e dá vida aos nativos.

É no período de colheita que nasce o evento RITUALISTICO FESTIVO, o festeiro sagrado do nativo consciente sócio artístico-cultural tribal. O GLORIOSO OURIÇOM, fundamentado na adição de significados que o nativo contemplativo vai incorporando ao fruto, somados aos presentes na gênese imemorial e naturalmente sábia pré-estruturada contida já contidas nele.
Nas abordagens decodificativas pedagógicas usadas pelos nativos florestanos urbanizados, também encontramos argumentos para justificar e formalizar o nome OURYÇOM como definição de um estilo musical característico, feito por compositores nativos dentro desse contexto cultural diferenciado, vejamos uma dessas justificativas:

“Ao desprender-se do galho, o fruto da castanheira produz som característico no instante em que o fruto toca o solo. Esse som diferenciado passou a ser associado ao aviso de chegada de algo valioso para o nativo. Portanto, ouvi o som do OURIÇO caindo, para o nativo era ouvi o som das gotas esféricas vegetais trazendo os pingos de chuva de ouro branco em forma de amêndoas; um som genuinamente florestano, tão valioso quanto o metal ouro, ou seja, para eles era ouro em som; o som da certeza que a vida continuava recebendo os suprimentos necessários para continuar seguindo; palpitando; vibrando dentro das aldeias."
é nesse instante que surge as variações fonêmicas oral que depois ganharam representações grafo-alfabéticas, resultantes da fusão das palavras ouro e som, dando origem a fonemas como OURENSON, estruturado com associações de símbolos alfabéticos com riquíssima variações de significados, onde podemos encontrar os registro de conhecimentos e saberes dos nossos ancestrais. Mas antes de adentrar esse universo destacamos algumas variações conhecidas encontradas para o termo OURO EM SOM, vejamos:

OURENSON
OUROISSOM
OURISSOM
ORIÇO
ORYÇO
ORISSO
ORYSSO
OURIÇO
OURYÇO
OUROIÇO
OUROYÇO
OURIÇOM
OURISSOM
OURYSSOM

Cada um desses termos tem sua razão de ser, a palavra OURYSSOM escrita com "Y" e dois "SS" normalmente define ou associam o termo aos sons dos eventos FESTIVOS TRIBAIS produzidos pelos nativos neste instante imemorial, é uma forma singular para identificar , nominalizar e ao mesmo tempo valorizar a música com características próprias feita pelo nativo, uma música que só existe da forma que é, dentro desse contexto especifico, portanto classificada como genuinamente nativa. Mais tarde veremos porque a palavra ouryssom com dois "SS" significar esse som diferenciado feito dentro da floresta. Onde os nativos utilizam instrumentos produzidos com a matéria prima extraída da floresta dando vida a sonoridade definida como OURISSOM, utilizando como referencia estrutural, os sons típicos da natureza traduzidos para os timbres dos instrumento confeccionados por eles, uma música que evoluiu com tempo e foi sendo enriquecido com a catalogação de outros sons típico criado pelos nativos usados como base para as composições musicais que passaram fazer parte do todo ritualístico festivo.
E para justificar o termo OURYSSOM como um termo ideal de definição da música produzida pelos nativos da floresta, foram necessários questionamentos, entre esses questionamentos surgiram os argumentos que vieram arrazoar como oficial o termo OURYÇOM, entre eles temos o seguinte :

- " Onde podemos ouvir o som do fruto natural produzido pelas castanheiras caindo no solo?
Resposta óbvia: - Dentro da floresta, é claro."
- Onde podemos ouvir a música produziam pelos nativos utilizando instrumentos musicais confeccionado com material extraído da floresta e utilizando as sonoridades que existem nela?
Resposta: - Dentro da floresta.


A palavra OURYÇOM escrita com “Y” está associada ao galho da árvore castanheira que balança quando o fruto se desprende.
Como também está associada a outros significados dados a palavra “Balanço”, que tanto passa a idéia de dança, como a idéia de prestação de contas, de Balanço Geral, de revisão para se fazer um juízo de algo, a idéia de conclusão, que pode está associada ao sentido de reinicio. O balanço, a dança que acontece no período da colheita, no meio do verde da floresta está em sintonia com a idéia de balanço do galho da castanheira que tem suas folhas verdes; a dança dos nativos onde se dão as reflexões sócio inter-tribal no período festivo.
Podemos nos aprofundar nesse caminho dizendo que o OURIÇO ao desprende-se do galho da castanheira, provoca um balanço numa estrutura fixa, em algo que tem suas raízes fincada no solo onde germina, vive e reproduz. O que é a tradução do aspecto característico que tem o ritual sagrado OURYÇOM realizado entorno do fruto da castanheira.

OURYÇOM escrito com “Y” está associado a idéia de ver um todo pela parte de fora, quando o nativo atribui ao “Y” a função de proporcionalidade do quadrado ao avesso, o que está no esférico da árvore, do fruto e de todos em festa, e que pode ser acessado meditando nos significados sagrados contido no todo frutificado e frutificador.



O termo OURENSON tem variações como:

ORENSO
ORENSOM
OURENÇOM
OURENSOM

E para que você tenha uma idéia, os significados desses termos ultrapassaram os limites florestais amazônico, e hoje podem ser encontrados incorporados a outras culturas, entre elas destaco a antiga cultura grega, onde o termo OREN, significa algo como OLHAR. É a parti desse termo e seus significados que os gregos fundamentam toda uma cultura o utilizando das mais diferentes formas, por exemplo, encontramos ele incorporado ao termo GREGOREN ou com variações como GREGORION.



"O termo Gregoren é um termo que pode ser traduzido como, o olhar grego ou o grego olhar, um olhar que é muito mais que um simples olhar , é um estado de espírito administrativo social latente, governador comunitário, orientador, um direcionador comportamental individual e coletivo, doutrinário cultural. Um consenso intelectual pelo qual os indivíduos orientam-se. Que a principio parece inquestionável na sua essência significativa, mas é maleável, lapidável para que evolua consistentemente, aperfeiçoe-se constantemente, o que acontecia através de resoluções coletivas que se davam na forma de ritualismo públicos teatrais, herdados do nosso sagrado OURYSSOM. Onde as encenações públicas tem funções de instrumento instrutor comunitários sagrado, da forma como os nativos da floresta o utilizavam nesse evento aperíodico. Eventos ritualísticos artísticos comunitários onde eles constroem e aprimoram os diálogos, discursos de forma coletiva, estruturados por grupo encarregados pelas personificações oficiais de sua cultura, para acrescentar; melhorar as formas de expressões expositivas dos seus personificados, entre as personificações mais conhecidas da cultura ritualística grega estão os nomes que são conhecidos até os nossos dias, como: Sócrates, Platão, Pitágoras e etc.
Na grécia antiga essas personificações eram aperfeiçoadas em eventos teatrais públicos , e depois desses eventos as equipes representante desses seres personificados se reuniam numa grande assembléia, e aprovavam ou reprovavam os novos anexos acrescentado as falas dos personagens personificados. É dai que vem o termo “orentativo”, que quer dizer, o olhar que tatea, o olhar que de alguma forma pode ser tocado, que serve de farol orientador de comportamentos dos leais exemplificadores; a força de expressões sociais, normativas, de leis e etc. No rito sagrado ouriçônico, o encenativo não é um entretedimento artisco-social qualquer , desvinculado do cotidiano e dos questinamento mais profundo do ser. São orientadores sócio-intelectual, pedagógicos, didáticos. Alguns lendologo costuma dizer que foi entre os gregos que começaram a distorções do espírito harmônico que está na origem do ouro em... ou oren tribal florestano. Muitos afirmam que isso se deu quando os gregos promoveram o psico-intelecto como o centro de tudo; o ser decifrador; o senhor de todas as coisas, e o externo orientativo natural, passou a ser algo periférico. Ou seja, o intuitivo confraterno individual e coletivo tribal manifesto ritualístico, dá lugar as preocupações com a apreensão do externo, e ai ganham vida os mitos por onde passam a jorrar as reflexões que vão sendo introduzidas nesse compreender coletivo-individual, causando as distorções da utilidade do rito, gerando um ser egocêntrico-comunitário narcisístico, distanciando os indivíduos dos pontos de contatos confraternizadores universais que os conscientiza, que os faz se verem como componentes de uma única e suprema aldeia. Esse distanciamento mais tarde levou os gregos a enveredarem na criação de estados-nações, ou seja, as tribos em si-mesmadas, com noções psico-valorícas administrativas egocentrada gerando as mazelas e os equívocos sociais que atravessaram as eras. Mas como aconteceu com “o sagrado ouriçom” isso tudo se dissolveu e retornamos aos primórdios confraterno imemorial da mesmas forma como se deu com os nossos imbatíveis lendários florestanos."

Nesse instante imemorial, o termo ouro em... som está ligado a toda sonoridade que é reconhecida como benéfica individual e comunitária. Tanto servindo para identificar o som do ouriço caindo na floresta , quanto para as manifestações verbais que estão em sintonia com a elevação e harmonização do ser individual e do social coletivo.
Por exemplo, uma atitude em que alguém materializa, espelha esse ideal compromissado interno-coletivo, dá vida a variação do termo para ouro em... ser. OURO EM ...SER – É o mesmo que dizer que o individuo agiu de acordo com os ideais sócio-interativos psico-compromissados ; o ser que agi de forma exemplar.
É bom lembrar que o rito sagrado OURYÇOM passou por varias transformações. Encontramos em alguns fragmentos lendológicos restaurados, informando sobre essas alterações que chegaram a descaracteriza-lo na sua essência , fazendo com que o ritual deixasse de existir tal como era nos seus primórdios, vejamos uns desses fragmentos:

"... E foi exatamente o que o rito festeiro tribal tinham de mais significativo, o que veio desestruturá-lo. Foi o prazer comunitário proporcionado por ele; o espírito irmanante confraternizador arrebatador que produzia, o que levou os nativos a estenderem essa estrutura ritualística para outros momentos, passando a realiza-lo no período de outras estações frutíferas. O que deu inicio ao período dos OURYÇONS fora de época, a parti dai o termo OURYÇOM passou a ser associado e identificado como períodos de festas realizadas durante as estações frutífera. É a parti dai que o ritual ouriçônico passa a ser realizado de forma seqüenciada, e os nativos passam a estabelecer uma forma ilusória eficiente de apreensão e contagem de tempo, que mais tarde ficou conhecida como formula calendárica, o rito passou a ser realizados numa seqüência de doze , dentro de um período que mais tarde definiram como, um ano, estágio esse que é definido pelos lendologo como fase numerológica racional sistematizada pós-imaginatismo libertário nativo florestano...”

Em outro fragmento restaurado encontramos o seguinte:

“...E a grande aldeia foi dividida em doze tribos, cada uma era responsável por uma fruta, e pela organização da festividades ritualística entorno da colheita. Período conhecido como " GRANDE ÁRVORE DOS DOZES FRUTOS". Foi o período que começaram a surgi os equivocados OURYÇONS grupais, familiares tribais e individuais, levando a banalização do grande rito festeiro tribal aldeante confraternizador. Essas manifestações festivas comunitárias egocentralizadas foi o que veio diminuir a força irmanante confraterna do ideal do Glorioso OURYÇOM.

“...Para que o OURYÇOM SAGRADO NATIVO voltasse a normalidade, com toda sua força simbólica SIGNIFICATIVA fundamental, foi preciso um esforço gigantesco de sensibilização de todas as tribos da crosta terrestre, que teve inicio com o estabelecimento do dia mundial da grande música, onde todos os indivíduos do planeta foram convocados a passarem um dia cantando e tocando instrumentos, misturando e harmonizando todos ritmos existentes possíveis, até chegarem na musica onde todos os sons se fundiram numa única e grande harmonia. E para isso foram usados todos os meios de comunicação para torna possível a realização desse feito histórico extraordinário. A grande musica foi ouvida em toda a esfera terrestre , e produziu um estado de êxtase espiritual, uma vibração poderosa transportando a humanidade para uma outra dimensão, para um estágio de consciência que deu novamente acesso a essência atemporia festiva que havia sido perdida.”

“...No estágio de transição surgiram frases que ficaram bastante conhecidas, como por exemplo: "O SONHO ACABOU. ACORDAMOS! AGORA VAMOS VIVÊ-LO". Que foi bastante usada no que ficou conhecido como o primeiro grande banzeiro da revolução do milênio da era das águas, e que deu inicio ao movimento musical de restauração espiritual global. Movimento onde as flores eram usadas como símbolo de poder. Como dizem os lendologos:

“Foi o período de preparação do grande jardim para instalação do reino dos humanos Beija-flores terrestres".

E não é demais lembrar, que nessa fase de transição a frase: O SONHO ACABOU! Foi isolada do seu verdadeiro contexto, passando a ser usada equivocadamente durante o período transitório da grande transformação de uma forma distorcida com a intensão de nos fazer acreditar que o nosso imemorial e imperecível projeto humano de paz e amor tinha "naufragado". (Dentro do calendarismo ocidental esse período é identificado como década de 60, no século XX).
Quando algumas pseudas autoridades artísticas intelectuais usavam veículos de comunicações de massa (Que pertenciam a meia dúzia de pessoas) para berra aos quatros ventos que o nosso insubstituível projeto de paz e amor era um sonho e que tinha acabado. E com isso quase jogaram toda uma geração num estado depressivo espiritual, muitos embarcaram nessa viajem e seguiram até o fim acreditando que o movimento paz e amor tinha sido apenas um sonho maravilhoso, um saudável acidente da humanidade, algo passageiro, um instante em que a utopia quase assumiu realidade.
Nesse período entraram em cena os personificadores camalionistas com suas insinuações e indagações bem humoradas. Quando alguém dizia a frase “O SONHO ACABOU”, os camalionistas perguntavam: O sonho de quem, meu irmão de planeta ?" ou "Desde quando paz e amor deixou de ser o nosso projeto primordial? " e por ai vai.

“A era das águas ou era de aquário, como queiram. Era o destino da humanidade. E ainda estamos aqui, sã e salvos.

Obs. Essa visão flores e beija-flores sempre foi uma constate dentro do movimento e a encontramos ela traduzida de diversas formas. Na literatura acreana encontramos o crepúsculo narrado no livro SERINGAL ASTRAL que nos dá uma idéia do espírito visionário condutor do movimento, e é considerado uma das sementes da revolução cultura que veio com o novo milênio. “A Lenda do Reino dos Beija-flores" é outra narrativa tida como fundamental para as reflexões no período de transição sócio cultural da humanidade.


* * *


Entre as reflexões que acentuam o elemento sonoro como peça contextual significativa de fundamentação do OURIÇOM como autêntico rito tribal nativo festeiro da floresta. Encontramos fragmentos classificados como intuitivos testemunhais, onde temos informações de como os sons foram metodicamente organizados através de símbolos. Vamos encontrar ai coisas criadas pelos nativos e que mais tarde foram copiadas pelos Gregos e adaptadas para que perecesse que teve origem na sua cultura:

" O ancestral jovem líder conhecido como "O Lendário Rei dos Maracazeiros" ao observar as intensidades dos sons produzidos pelos ouriços da castanheiras ao caírem no solo, resolveu verificar o que fazia com que eles se diferenciassem, e observando descobriu que o que proporcionava a diferença de tons, era a quantidade de castanha que existia dentro de cada um deles. Os ouriços com o dobro de castanha soavam num tom que equivalia a duas vezes a altura do som do ouriço que tinha a metade de castanha em seu interior, o que mais tarde ficou definido como uma oitava acima dos que tinha a metade de castanha. A parti dai o jovem organizou os símbolos que representavam a variedades dessas tonalidades sonoras, e que mais tarde ficaram conhecidas como cifras. Passando a serem utilizadas pelos nativos para registrarem seus roteiros sonoros e construções compositivas musicais individuais e coletiva. E assim se manteve por um logo período. Até aparecerem os aventureiros trazendo métodos cientificistas de comprovações, que é quando os fundamentos dos símbolos do lendário maracazeiro passaram a serem questionados e por fim jogadas por terra a teoria do jovem líder, com os aventureiros provando que o que determinava a diferença de sonoridade não era o conteúdo dos ouriços e sim o local onde eles caiam. A sábia autoridade do jovem líder lendário festeiro foi posta na berlinda, causando um desconforto sócio-tribal interativo, e os aventureiros aproveitaram o momento de fragilidade da autoridade do jovem líder para proporem reformulações teóricas e organizacionais no que dizia respeito a música, como também nas questões sócio administrativas. Ao perceber a manobra, o jovem líder tratou de buscar maneiras de comprovar os fundamentos que organizará e para manter-se no comando dos festeiros tribais, é quando a mãe das águas envia um dos encantados para conduzi-lo até o espelho das vertentes das águas claras, para assistir o ritual de verão de pulverização das águas no grande espelho sagrado. No ritual jovem líder tem a visão reveladora dos arcos cromáticos produzido pela luz do sol refletida nas gotículas de água. E seguindo as orientações dos encantados das águas doces, o jovem pega uma tira de cipó e um galho de árvore resistente e com esse material produziu o primeiro arco que se tem noticia nas histórias das tribos. Foi no momento em que esticou a tira de cipó para amarrava as extremidade do galho, que resolveu puxa-la e solta-la para ver se estava bem segura, que ouviu a corda produzir um som grave. Ao perceber isso o jovem ficou puxando e soltando a corda de cipó e começou a dançar na beira do rio, e depois de se diverti bastante ele resolveu colocar um calço no meio do arco dividindo a corda ao meio, e mantendo na metade da corda a mesma tensão que a corda de cipó tinha quando esticada presa as duas extremidade do galho, ele puxou e solto novamente, e corda vibrou num tom duas vezes mais intenso que o som da corda inteira esticada, ou seja, uma oitava acima desta. Foi o suficiente para que o jovem voltasse e comprovasse que seus fundamentos estavam corretos, e voltando a assumiu novamente o lugar de líder dos festeiros." (Na cultura grega os personificadores de Pitágoras criaram uma variação do arco e deram o nome de monocórdio).


Esse instante do Arco lendário sendo tocado pelo jovem líder no espelho das águas tem uma riqueza de interpretações e abordagens que são essenciais para os fundamentos lendários florestanos, e que portanto não podem serem omitidos quando citado esse acontecimento, faz parte dos autênticos propostos lendários da nova era. Portanto serão expostos num momento oportuno, obedecendo aos propostos sagrados.


Antes vamos a exposição ligada ao ouriço da castanheira dentro da extensão lendológica conhecida como sementismo e maracaismo, vejamos:



UM CAMINHO LENDO-GRAFOGEOMÉTRICO SIMBÓLICO

A palavra OURIÇO, Que o nativo usa para identificar o fruto esférico da castanheira, tem no seu todo grafo simbólico alfabético e formal bio-vegetal, um manancial de coerências informativas que extrapolam o nível do que se defini como fantástico, fabuloso, extraordinário, para aqueles que entram pela primeira vez em contato com essas decodificações orentativas.
Através da palavra OURIÇO podemos adentra uma dimensão que nos faz crer na existência de um organização ancestral imemorial meio ambiental florestana, da qual participamos, e que de alguma forma construímos e deixamos registrados nesse fruto algo que faz parte da nossa sábia essência primordial criativa. Adentrando analógicamente a estrutura do todo vegetal que compõem a castanheira e seu fruto, vislumbramos gotas de uma fonte de saberes; de um tesouro de conhecimento sagrado, que através das eras servem como farol para as nossas comunidades nativas florastanas. Encontramos pista de uma mente zelosa sapiente que funde extraordináriamente racionalidade e a imaginação, nos levando a reflexões, que desvelam significados simbólicos tribais compreensivos universal do espírito aldeante harmônico presente no todo que engloba a existência deste fruto vegetal. Um dos acessos que pode nos levar a esse universo de pegadas imemoriais que dão origem a palavra, OURIÇO e que muito fácil de ser trilhado . Pois está acentuado no aspecto do ritualismo festeiro em que palavra se encere, pode se dizer que é a parti de um certo período histórico que os nossos ancestrais florestanos passaram a usar a associação alfabéticas (OURIÇO), para identifica o fruto esférico com sementes de amêndoas brancas, conhecidas como castanhas. E que nessa construção alfabética, também encontramos a estruturação biotecnológica, os registros de um caminho coerente, de significados singulares que pela força e importância sobreviveu ao tempo espaço. Acessamos as funções didáticas tribais nele contido, constatamos o resguardo da memória intelectual dos saberes e conhecimento que tinham os nossos ancestrais.

Como já foi dito as variações da palavra “OURIÇOM “ tem em si narrativas que podem serem acessadas a parti das decifrações das associações simbólicas alfabéticas que as compõem. No caso da palavra OURIÇOM podemos começar abordando as letras pelo prisma do simbólico significativo especifico , o que nos leva a ver esses símbolos com seus significado isolado dentro do contexto que o abordamos , e juntos dando vida a um dialogo que foge aos paradigma cientificistas acadêmicos.

OURiÇOM


A letra “O” que inicia está variação do termo, é uma figura circular . Desde os tempo mais remoto o circulo é tido como a representação da eternidade, ou seja, do que não tem principio, nem meio nem fim, do uno, do uníssom e por ai vai.
A letra "O" está colocada de forma estratégica como primeira letra, para representar o inicio e o fim de tudo em si mesmo, que representa o próprio fruto de onde germina a árvore que finda no fruto. O “O” nesse caso tem uma função de ser profético onisciente, que está nos atributos que o fruto traz com sua manifestação, a certeza da fertilização e procriação, presente no ciclo previsível que o fruto comprovadamente vai gerar. O nativo que conhece esses detalhes pode revelar-se um profeta aqueles que não estão familiarizado com esse fenômeno de frutificação e reprodução produzida pelas sementes das castanheira, transmitindo com exatidão toda a trajetória do fruto, para aqueles que ainda não o conhece.
O “O” representa o nada; o vazio que precede o aparecimento do fruto no galho da castanheira. E ao mesmo tempo o fruto preso ao galho da árvore; a existência e a pré-existência. O principio concretizado de um fenômeno, aparentemente isolado, que pode ser exposto, e estruturado num contexto singular, especifico.

O símbolo “U” representa união de todas as forças envolvidas, das partículas, das células que se condensam na forma de árvore e de fruto. Representa o fruto se desprendendo do galho, passando a ser algo a parte no espaço, e ao mesmo tempo o todo “O”, a árvore condensada inversamente, comprimida no âmago, nas sementes contidas no seu interior do fruto que cai. Esse é um ponto de reflexão para o nativo, que o liga de forma mais intima a sua cultura nativa meio ambiental unindo o seu conhecimento ao fenômeno. É quando surge as reflexões mais apuradas, as revelações de significados mais íntimos. Que é representada pelo símbolo “R” que inicia a palavra Revelação, Reflexão e Renascer. O simbolo "R" também é traduzido de forma em que o "R" pode ser visto como um pássaro voando para cima e nesse sentido está ligado ao nativo que contemplando o ciclo fértil da castanheira começa a transcender no entendimento buscando alcançar a gênese desse fenômeno. A letra "R" da forma como é estruturada geometricamente, deixar claro um traço vertical que simboliza o tronco da árvore, com um meio circulo na parte superior que pode representar a copa da árvore e um traço diagonal da metade para baixo que indicam de onde o fruto saiu e qual o seu destino do fruto.

O símbolo “I” que vem logo em seguida comprovar que para se chegar a isso, tudo teve um "inicio" em algo, o que está representado ai pelo simbolo “i” que é a primeira letra da palavra “ “iniciação” , “inicio” , que é um termo que nos dá a idéia; a informação de que algo começou em algum lugar, e que nos faz pressupor que houve um acontecimento que fez com que isso acontecesse, que algo se movimentou para provocar esse inicio. E quando dizemos que algo é o inicio de alguma coisa , pressupomos que conhecemos uma conclusão; que temos a consciência dessa conclusão, caso contrário não o poderíamos defini-lo como um inicio. Nesse contexto gráfico simbólico significativo o símbolo “I” está associada a ideia de medida, de calculo, que é representado pelo traço “I” sem o pingo na sua parte superior.
Essa letra “I” é onde entra a questão da memória do evento e sua apreensão expositiva intelectual simbólica .
Quando o pingo é colocado na parte superior deste simbolo “i”, o pingo representa o fruto em movimento em direção ao solo. Uma espécie de fotografia geométrica do instante em que esse fenômeno se dá, é o instante congelado geometricamente pelo nativo que o observa na época da colheita. A letra " i " é um testemunho; a apreensão simbólica do fenômeno natural de forma lógica racional. E que pode ser traduzido assim; o traço “i” representar a árvore em si, e o pingo, o fruto que se desprendendo da árvore e ainda no ar, entre o céu e a terra. O traço vertical “i” continua representando o caule, o tronco, que expressa a esperança da produção e colheita do fruto num instante concreto bem como em outro periódico latente; previsível. E esse fenômeno tanto pode ser visto na perspectiva de baixo para cima, como de cima para baixo. No caso do olhar de cima para baixo, representa o nativo buscando extrair algo mais além deste acontecimento. Transcendendo, flutuando em suas reflexões, num estágio de desprendimento que está ligado, à êxtase, euforia e etc. Que é causado pelo domínio que tem desta compreensão mais transcendente, externos ao seu ser, e por isso tão importante que merece ser representada de alguma forma para que possa contempla-lo sempre que for preciso, vivência tanto na consciência de forma analógica, bem como contactual palpável simbólica . A conclusão desse caminho se condensar no símbolo “ç” que vem em seguida.

O "Ç" representar o choque do fruto no solo, e tudo o que vem seguida. O símbolo "ç" representa o som produzido pelo impacto do fruto no solo, quando ele deixa de ser parte da castanheira, passando a ser meio castanheira e meio terra. O pequeno "s" embaixo da letra "c" que compõe a letra "ç" é a representação dessa conclusão impactante que dá origem ao som. (solo e fruto) depois do "ç", podemos ver novamente o símbolo “o”, agora ele está ai para representar o fruto caído; fruto parado no instante em que toca o solo, e logo depois saltita até ficar parado. ou seja, ele faz e refaz o mesmo ato o que nos dá a idéia que está associada à idéia de reinício revigorado de algo que lhe deu origem, o da própria castanheira, e a representação de tudo que vem depois daí. E que é previsível, e está de forma latente no fruto e na visão do fruto caido. É como um contador de história, que ainda não conhece o seu dom; que não sabe que dentro dele existe um universo se gerando e que no futuro será um criador. Mas agora é apreendido psico-intelectualmente pelo nativo, um instante esférico concretizado que já cientificar um todo cíclico porvir; uma noticia do futuro ainda vibrante e não palpável bio-visualmente. E é isto o que está contido no símbolo “m” que tanto representa o saltitar do fruto depois do impacto na terra, como o vibrante; o ondulante contido na sonoridade da oralidade que expõem esse caminho; esse fenômeno dentro desse contexto específico, um unísson particular, um todo primordial numa versão que é resumida no “om” onde está contida o seu começo meio e fim, e que estão em desenvolvimentos e conclusões de variações encontradas para definir o fruto sagrado da castanheira, tais como: ORIÇO, ORIÇOM, OURIÇO, OURIÇOM, OROYÇO, OURYÇOM, ORENÇO, ORENÇOM, ETC.

Nenhum comentário: