quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

BIO-TECNOLOGISMO LENDACREANO

Outro elemento que também está presente como indicativo de sustentação para esse ponto aperíodico de mutação conhecido como nova era, é sem duvida a BORBOLETA, que tem como caracteristica a capacidade de auto manipulação do seu código genético, passando da forma de largata rastejante, para o ser alado conhecido como BORBOLETA.
A BORBOLETA, que como pode ser comprovado também tem o letra "B" como primeira letra da associação símbolica alfabetíca que forma o nome que a identifica.

Vou abrir um parentese aqui, para agradecer o professor Eliseu do curso de história da Universidade Federal do Acre (Ufac) pelo convite que me fez para ir conversar com seus alunos. Gostei do papo, é bastante importante esse intercâmbio, entre artistas e acadêmicos. E vou expor aqui, um dos trabalhos que venho elaborando no sentido de nos posicionar como nativos urbanos florestais diante de certos argumentos equivocados quanto a nossa realidade, e vou começar fazendo uma abordagem diferenciada do chamamos de nosso patrimônio cultural natural, que talvez sirva para fazer uma reflexão sobre a riqueza de conhecimentos e saberes que pocem está presente no nosso meio ambiente. É um trabalho literário construído no formato de cordel, mas sem nem uma preocupação quanto ao formato específico ou apresentação dos versos. É um trabalho que surgiu depois de uma discussão numa roda de intelectuais, onde alguém tentou me convencer de que a gente vive num tal de terceiro mundo. E eu rebati, perguntando aonde estava a nave espacial que o tinha trazido até o nosso planeta. Ele me respondeu que o seu planeta era o nosso planeta terra. Eu então pedi que ele voltasse ao lugar de onde veio, e trocasse o óculos intelecto-ocular que tinham introduzido no seu globo bio-visor, pois o tal aparelho estava travando o seu senso critico e perceptível, pois ele não estava enxergando o óbvio, ou seja, que seguindo a lógica das coisas, o primeiro mundo, é o mundo que nasceu primeiro; e o mundo que nasceu primeiro foi o mundo natural, foi a nossa mãe natureza. Ele que eu estava viajando e que ele estava falando de modernidade, tecnologia avançada e etc,etc. E isso me inspirou fazer os versos que seguem a baixo:
Não venha com esse papo
Falando em modernidade
Aqui no mato eu não preciso
Dessas coisas da cidade
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Aqui não tem lamparina
Nem vela, nem candieiro
Pra encher de luz a noite
Pra iluminar o terreiro
Você pode duvidar
E não é milagre lhe garanto
A luz vem do nosso corpo
E não é coisa de santo
Aprendemos com os besourinhos
Que pisca a noite no campo
Que uns dizem que é vaga-lume
Outros chamam de pirilampo
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Aqui não tem rede elétrica
Isso é certo, sim senhor
Mas num precisa de turbina
Desses monte de motor
Dessas fileiras de postes
De fio de transformador
A nossa energia elétrica
E eu lhe explico como é
A gente gera com corpo
Na hora da precisão
Na hora que a gente quer
Coisa que a gente aprendeu
Com o peixe puraqué
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E acredite meu cumpadi
E essa bobagem
Que hoje chamam de racismo
Parece coisa de louco
Mas por aqui tá resolvido
A gente muda a cor da pele
Que é pra não dá confusão
Coisa que a gente aprendeu
Com o mestre camaleão
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A população está crescendo
E a terra vai ficar pequena
Mas manipulando a genética
Dá pra adiar o problema
Diminuindo o corpo
A gente desafoga o sistema
É menos alimentação
É mais espaço no planeta
Isso a gente aprendeu
Com lagarta
Que se transforma em borboleta
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E pra fazer remédios líquidos
Sem os poluentes quimícos
Ou sem efeitos colaterais
Aprendemos com as abelhas
A fundir e dissolver nossas células vegetais
É assim que produzimos os remédios naturais
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E pra repor um membro do corpo
Sem precisar de célula tronco
Ou pedaço de outro irmão
Sem precisar de cirurgia
E nem ficar preocupado
Com mêdo de rejeição
Foi com mestre calango
Que resolvemos essa situação
Pois se ele perde a cauda
Não demora muito não
Ele reproduz outra
Nessa mesma região
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E não temos esses problemas
Com esses ferros lubrificados
Preso em congestionamentos
Desses sons de buzinas
Deixando todo mundo estressado
Desses motores barulhentos
Rodando por todo lado
Enchendo o ar de poluição
Aqui não tem isso não
o nosso meio de transporte se chama levitação
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E pra ouvir as comunicações
Independente da procedência
A gente não precisa de rádio
Usamos a claraudiência
E se for bio visual
Não precisamos de TV
Usamos a clarividência
E nem usamos os aparelhos
Da tal de telefonia
Pois é coisa do passado
Usamos telepatia

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